30/06/2011

Origens Pré-Históricas da Música II


A água era o principal elemento associado com a Atlântida, onde o homem foi ensinado a controlar suas emoções e a desenvolver suas faculdades físicas. Naquele continente o psiquismo alcançou o maior estagio de desenvolvimento já visto, nunca igualado antes ou depois, tendo a musica Atlanteana se constituído em um -fator de desenvolvimento das faculdades psíquicas. A maior parte dessas músicas era solene e grave, algumas vezes alcançando níveis de grandeza imponente. Suas ondas melódicas eram comparáveis a música rítmica atualmente ouvida nos movimentos cíclicos das marés alta e baixa. O Sol nunca brilhou claramente na Atlântida. A atmosfera era sempre pesada devido à névoa existente. Nessa atmosfera nevoenta as figuras vaporosas de outros planos eram facilmente discerníveis, uma condição que auxiliou de maneira importante o despertar e o desenvolvimento das faculdades psíquicas. O Período Atlanteano terminou quando o continente foi destruído pela água.

A transição da Lemuria para a Atlântida foi marcada por um aumento da densidade da atmosfera, corpos físicos mais solidificados e a consciência humana focalizada mais definitivamente no mundo material. A humanidade estava então perdendo aquela bonita e quase continua comunhão com as hostes angelicais, desfrutada anteriormente pelos Lemurianos. Consequentemente havia uma correspondente perda na percepção das harmonias celestiais. Entretanto, neste estágio de desenvolvimento não tinham perdido contato com os mundos mais internos a ponto de negar ou mesmo duvidar da existência da Musica das Esferas, fosse ela ouvida ou não. Tais negativas não chegavam ao materialismo profundo da presente era. Assim, os Iniciados dos Templos Atlanteanos, sacerdotes e sacerdotisas da sabedoria eterna, realizavam seus rituais sagrados em total acordo com os ritmos celestiais.
Os Templos Atlanteanos eram realmente universidades onde as faculdades física, mental e espiritual do homem eram estimuladas e desenvolvidas. A partir do momento que o homem deixou de viver em harmonia com os mundos elevados, seu corpo tornou—se sujeito a desarmonias e doenças; nessas condições, um Mestre Iniciado afinava-se com a nota estelar de um indivíduo., a fim de substituir a desarmonia pela harmonia. Com essa finalidade, a música, a grande panacéia curadora, era administrada nesses templos.
Os povos Atlanteanos eram muito mais suscetíveis aos efeitos curativos do ritmo do que a humanidade atual. Eles podiam utilizar a força pulsante do crescimento das plantas e apropriar-se delas para a revitalização e renovação de seus corpos. Podiam também transferir essas energias de uma planta para outra, assim, aumentando a energia das fracas e doentes através das fortes e saudáveis. As palpitantes correntes de vida emitiam tons específicos na medida em que elas cresciam para cima. Os Atlanteanos podiam ouvir esses sons e transcrevê-los em música, tão perfeitamente afinados aos ritmos das plantas que eles possuíam uma dinâmica eficácia curadora. No devido tempo,consequentemente, a terapia musical se tornou um dos principais ramos da instrução no Templo.
A fala foi desenvolvida pelos Atlanteanos um tipo de fala cantante. Suas palavras entoadas projetavam energia em qualquer objeto especificado e por essa energia o objeto podia ser remodelado de acordo com a vontade de um indivíduo. Os cânticos e hinos de todas as religiões antigas tiveram sua origem nessa fala cantante. Os sacerdotes do Templo e seus discípulos avançados podiam ouvir também as notas musicais dos objetos naturais e estavam aptos, por meio do poder que isto lhes dava, a realizar milagres de transformação. Isto originou numerosos mitos e lendas relacionados às civilizações que precederam nossa atual Quinta Raça Original, os povos Arianos. Na Era de Ouro da Atlântida a liderança era conferida aos neófitos do templo,mais espiritualmente desenvolvidos, aos quais eram concedidas honras e reverências pelos leigos. A Realeza era um Grau do Templo ao qual somente o mais merecedor podia aspirar, pois o Rei Iniciado era precedido apenas pelo Alto Sacerdote.
Será visto que no poder praticamente ilimitado dos Atlanteanos reside a semente da decadência e destruição definitivas. A tentação ao mau uso daquele poder foi para eles quase irresistível. Com o desenvolvimento de sua índole de desejos e de um concomitante crescimento em interesses egoístas, as habilidades que originalmente funcionavam sob a direção das Hierarquias de Luz foram transferidas para as da Sombra. As condições anunciando caos e desintegração — similares àquelas manifestadas no mundo atual — tornaram-se prevalentes. Tais condições eram sempre indicativas do "inicio do fim".A fala cantante dos consagrados Iniciados do Templo foi modificada para fins nocivos e destrutivos. Literalmente, as "explosões tonais", afinadas à nota-chave de uma pessoa ou objeto, eram usadas para destruir cruelmente a vida humana e a propriedade.
O conhecimento pelo homem das harmonias celestiais em ondas de tons Maiores e Menores foi comentado anteriormente. Com a depravação crescente dos Atlanteanos, as consonâncias e dissonâncias tornaram-se mais e mais agudamente diferenciadas. O resultado foi uma música estranha e sinistra, uma música capaz de produzir doença, perda da memória e mesmo insanidade. "Círculos Sombrios" compostos por neófitos do Templo, trabalhando sob influência das Sombras, estavam aptos a expressar explosões tonais capazes de expulsar um Ego para fora de seu corpo físico, frequentemente causando nas pessoas obsessão permanente ou mesmo a morte. Esses fatos são mencionados apenas para ressaltar o longo alcance dos poderes do som.
Somente um remanescente dos Atlanteanos foi salvo. Na terminologia bíblica, Noé e sua família sobreviveram ao Dilúvio. Este remanescente se tornou a semente da atuai raça Ariana. Sobre o novo continente para o qual esse remanescente migrou, o Sol brilhou claramente e pela primeira vez o homem pôde usufruir uma atmosfera oxigenada tal como a temos hoje. A humanidade dessa raça recebeu a suprema dádiva, a mente, o elo que lhe permitirá ser como os deuses. O grande trabalho dos Arianos e espiritualizar e desenvolver as mentes Crísticas. Como a mente está relacionada com o elemento Ar, é através do ar que seu progresso maior será atingido. Caso haja outra destruição deste planeta apôs suas (do planeta) lições terem sido aprendidas, ela vira através daquele elemento.
A raça humana esta destinada a recuperar as harmonias celestiais que ela perdeu na Atlântida. Isto será feito através da mente Crística e a música será o fator primordial na sua consecução. Através dos séculos os Guias da Humanidade tem enviado a Terra alguns de seus mais avançados Iniciados em música para auxiliar o homem a espiritualizar sua mente. Tal foi o propósito da Criação de Haydn, do Messias de Handel e da magnífica Paixão de Bach. Este desenvolvimento esta sob a orientação dos Senhores da Mente os quais pertencem à Hierarquia de Sagitário, o signo que conserva o modelo da mente mais elevada e seus mistérios espirituais. O objetivo dessas Hierarquias é apressar no homem seus incentivos espirituais e encorajar suas aspirações ate que ele ganhe ascendência sobre sua inferior mente carnal.
A nota-chave de Sagitário é Fá Maior e a nota-chave da Terra é também Fá Maior. Vários sons da natureza são, consequentemente, afinados a esta nota. Esta é a razão pela qual composições em Fá Maior são especialmente relaxantes para um sistema nervoso alterado, também efetivos para restaurar um corpo fatigado e para acalmar uma mente aturdida.
Através de ritmos em Fá Maior os Senhores da Mente concederam a mente germinal para a humanidade nascente e através de seu uso continuado estão trazendo essa mente para o ponto onde ela possa transmitir, para a personalidade externa do homem, a imagem—espírito existente dentro deles. Estes se tornarão os pioneiros da Sexta Raça Original e entre eles nascerá um tipo de música com qualidades que curam e iluminam. Todos os movimentos em direção ao futuro são escolas preparatórias para a Nova Era. Até que as mentes dos neófitos se tornem espiritualizadas, eles receberão, através de tons e ritmos, aqueles poderes superiores que estão aguardando para serem concedidos ao homem.
Tradução do Cap II do livro: Music - TheKeynote of Human Evolution de Corinne Heline, publicado na "Rays from the Rose Cross", Fev/Mar de 1988.

Veja também: A Música na Lemúria

23/06/2011

Origens Pré Históricas da Música - I


Os elementos de Fogo, Ar, Água e Terra são os mais importantes no processo evolucionário da Terra; de fato, sem esses quatro elementos a vida neste planeta seria impossível. O fogo foi descoberto primeira­mente e usado pelo homem nos dias da Lemúria. Foi, consequentemente, o elemento dominante conectado à raça Lemúrica e o fator principal nas suas cerimônias de iniciação. Capacidade para andar sobre carvão em brasa ou segurar bolas de fogo nas mãos, constitui uma memória parcial desses dias antigos, ainda conservada por alguns povos primitivos.
A música que acompanhava os Cerimoniais Lemurianos de Fogo era ao mesmo tempo sobrenatural e selvagem, isso porque era afinada ao ritmo das chamas crepitantes. Foi nesta música que o jazz, tão popular nos dias de hoje, teve sua origem. O corpo de desejos dos Lemurianos necessitava de um avivamento, assim, os Guias da Humanidade usaram esta música de ritmo peculiar para estimular essa atividade. Com o passar do tempo essa torça ígnea interna despertada levou a práticas mal orientadas que reagiram sobre as correspondentes torças ígneas planetá­rias, resultando em destruição do continente Lemuriano pela atividade vulcânica. Os seres humanos que habitaram a Lemúria antiga pouca semelhança tinham com os seres do nosso tempo. Durante os primórdios daquela época, vários milhões de anos atrás, sua forma corporal era meramente embrionária. Apôs um longo ciclo evolucionário, sofreu sucessivas transformações até que, na Lemúria tardia, assumiu uma forma algo semelhante aos contornos atuais, embora com textura muito diferente. Antes de condensarem-se em substância física, os veículos dessa humanidade antiga, foram até certo ponto tênues e plásticos. Poderiam na verdade ser considerados quase uma sombra com forma.
Portanto, o corpo não tinha ainda se desenvolvido até o ponto onde o Ego pudesse habitar. O Ego era ligado ao corpo apenas magneticamente e como consequência permanecia em um estado livre, o que lhe permitia ir e vir a vontade. A mente, tal como a conhecemos hoje, ainda não tinha surgido. A humanidade no inicio, era realmente infantil e se encontrava sob a direção das Hierarquias Superiores, seres espirituais aos quais estamos habituados a chamar de Deuses.
Todavia, os Lemurianos primitivos viviam em intima harmonia com a natureza. Suas vidas estavam intimamente envolvidas e faziam realmente parte integrante das forças da natureza. Sua visão interna estava aberta para as inúmeras atividades das criaturas invisíveis para nos) que constituíam o lado vivo da natureza na sua totalidade, enquanto sua audição interna registrava as sublimes harmonias para as quais a natureza progride e através das quais ela dirige suas múltiplas ações. Também foi de acordo com as leis básicas da natureza que seus corpos originais foram moldados, desenvolvidos e animados.
Quando a humanidade for suficientemente espiritualizada para reconhecer a relação da musica com sua evolução, ela descobrirá como as harmonias celestiais emanadas das hierarquias zodiacais, nossos guardiães sagrados, exerceram influencia -formadora em cada estágio do seu desenvolvimento; perceberão ainda que cada passo tem sido acompanhado por uma orquestração celestial adaptada a cada processo criativo
O homem na sua formação era bissexual. As polaridades masculina e feminina, agora focalizadas cosmicamente no Sol e na Lua respectivamente, exerceram uma influência igual sobre os corpos plásticos da humanidade primitiva. Isto porém, ocorreu quando a Terra e a Lua eram ainda partes do globo solar. Em um estágio mais tardio, quando a Terra foi lançada para fora do Sol e mais tardiamente ainda, quando a Lua foi atirada para fora da Terra, essas duas polaridades deixaram de ter uma expressão igual e equilibrada sobre o ser humano individual. Alguns responderam preponderantemente ao pólo positivo centrado no Sol, enquanto outros responderam ao pólo negativo focalizado na Lua. Finalmente, isto resultou na divisão da humanidade em dois sexos separados, com o homem e a mulher aparecendo em cena.
A partir de então as harmonias emanadas das Hierarquias\ estelares se diferenciaram em dois tons, agora conhecidos como Maior e Menor. As notas Maiores, masculinas na potência e objetivas no caráter, foram projetadas a humanidade através da força solar. Os tons Menores, femininos na qualidade e subjetivos na natureza, foram dirigidos através da força da Lua. O homem que ate então tinha evoluído sob os ritmos divididos em uma única escala, tornava-se agora sujeito a duas. Uma, afinada aos tons Maiores, dirigindo-o para condições de crescente densidade; outra, afinada aos tons Menores, dirigiu sua alma para um contato mais íntimo com as forcas espirituais.
Como a época Lemuriana encontrava-se predominantemente sob a influência da Lua, sua música estava afinada aos matizes mais sutis dos tons Menores. Tratava-se de uma música incomum, melancólica e sobrenatural. Vestígios dela persistem na música de Java e de outras Ilhas do Sul, estas remanescentes do continente Lemuriano.
A natureza mais intima de qualquer povo pode ser avaliada penetrando compreensivelmente em sua música.
Nenhum outro meio é mais exato para avaliar a qualidade de suas vidas e o estagio de seu desenvolvimento. A menos que estejamos aptos para visualizar os corpos plásticos e fluídicos dos Lemurianos mais antigos, jamais entenderemos a influência exercida pela música sobre eles. Ela literalmente deu forma e traços característicos aos seus veículos em desenvolvimento. As forças circundantes da natureza fluíram através deles sem obstáculos. Eles habitaram entre as árvores gigantes de suas terras e seus bosques enormes eram áreas sagradas nas quais festivais sazonais eram observados. Cerimônias de iniciação de suas temporadas sagradas eram eventos gloriosos atribuídos á música, isto é, a harmonia das esferas.
Os dançarinos do Templo Lemuriano duplicaram os movimentos e ritmos das esferas celestiais e sua "música de gestos" era ouvida pelos fanáticos que dançavam. Certos centros espirituais ou "luzes" dentro de seus corpos eram acordados por essas danças realizadas na mais elevada reverência e na mais profunda emoção. Os dançarinos eram sempre escolhidos entre os aspirantes mais evoluídos do Templo.
Os Templos da Floresta eram para os Lemurianos, o Santo dos Santos. Nesses santuários sagrados ocorriam os principais acontecimentos de suas vidas. Estes compreendiam o nascimento, a Iniciação ou iluminação espiritual e a morte - esses acontecimentos correspondem aos três passos de desenvolvimento em todas as escolas esotéricas e aos primeiros três graus das fraternidades. Era nos Templos da Floresta e sob orientação angelical que a propagação da raça era levada a efeito de acordo com os apropriados ritmos estelares, cuja música era absorvida pela audição e transmitida â função edificadora do corpo.
Os sensíveis Egos Lemurianos foram particularmente sensíveis a força do amor. A consciência era íntegra, pois os Egos não tinham ainda descido profundamente na existência material a ponto de retirar o véu existente entre os planos externos e internos do ser. Assim, a morte como a conhecemos hoje, era desconhecida. Quando os corpos terminavam seus períodos de utilidade, eram deixados de lado da mesma forma que certo& animais deixam e mudam periodicamente suas peles. Um corpo gerado sob tais condições era perfeitamente afinado com a nota estelar especifica de cada Ego. Pelo poder daquela nota era capaz de renovar ou descartar seu corpo a vontade. A doença não tinha ainda se tornado uma aflição, assim, a vida era uma canção alegre e a ferra era ainda uma reflexão do Jardim do Éden. Como a raça Lemuriana era regida pela Lua, respondeu fortemente às sempre mutáveis fases orbitais. Ao tempo das Luas Novas e Luas Cheias, forças poderosas eram liberadas; ai então, eles celebravam seus rituais místicos iniciatórios. Estes não eram dirigidos para os planos mais internos como agora, mas para os mais externos, dado que o desenvolvimento Lemuriano dependia primariamente do desenvolvimento objetivo da atividade. A música era um fator potente para capacitá-los a realizar a necessária descida para a matéria. Com essa descida a diferenciação entre os sexos se tornou mais marcante e era realizada através dos ritmos Maior e Menor que acompanham a Lua Cheia. Nas noites de Lua Cheia as forças femininas eram precipitadas através das celestiais tonalidades Menores e as forças masculinas por meio das tonalidades Maiores.
Mais tarde, quando a humanidade entrou completamente na existência física e quando, através da entrada no diferente significado da vida do mundo material, nascimento e morte marcaram as fases diferenciadas da existência. A entrada na manifestação física foi acompanhada por musica constituída pelas harmonias Maiores, enquanto que a entrada nos mundos mais internos, através do portão que chamamos morte, era afinada aos acordes Menores.
Assim, vemos quão profundamente é verdadeiro tratar-se o homem de um ser musical. Sua origem esta na Palavra falada. Pelo som ele foi confirmado e pela música ele progrediu. O que ele registrou subconscientemente na Lemúria, um dia ele saberá conscientemente. Então não mais considerará a música como uma arte mais ou menos apartada da vida e também não mais pensará na música somente como um objeto para alegria estética.
Ao contrário, ele reconhecera a música como um fator vital para a evolução física, mental, emocional e espiritual de toda a raça humana.
Tradução do Cap II do livro: Music - TheKeynote of Human Evolution de Corinne Heline, publicado na "Rays from the Rose Cross", Fev/Mar de 1988.

16/06/2011

A Arte de Tirar Manchas

Pierre Auguste Renoir, Laundresses 1912
por Edmundo Teixeira (*)
É uma rotina quase diária: ponho minha roupa de molho, depois esfrego, enxáguo, torço-a e dependuro para secar. Hoje me lembrei da passagem de Malaquias 3:2.3: "O Mensageiro do Messias há de vir como ourives purificando a prata ou como lavadeira purificando com sabão". De fato, João Batista veio pregar a reforma mental (metanóia).

Assim, uma tarefa diária ainda mais importante é higienizar nossos conceitos, inspirando-nos nas Escrituras. A Verdade, como Consciência, exorta-nos a cada passo, prevenindo desvios. É uma arte de tirar manchas!

Lembra o ditado: "Roupa suja se lava em casa". Também o Mestre recomenda discrição, humildade e sinceridade, se bem que uma boa orientação externa ajuda muito, porque há manchas tenazes, que demandam persistência, discernimento, paciência e positividade. Mas não há manchas que não possam ser removidas quando compreendemos que os conceitos mentais só têm a força que lhes dermos. Se os sabemos falsos, perdem o poder sobre nós.

Ensinou Jesus: "Limpai primeiro o interior do corpo (íntimo) e o exterior também ficará limpo". Realmente, nossos estados se exprimem inevitavelmente nas circunstâncias e relacionamentos e também influem em nossa visão do mundo e das pessoas. "Se nossos olhos são puros, o nosso íntimo é luminoso". E temos paz...

(*) Editor da revista Serviço Rosacruz da Fraternidade Rosacruz - Sede central do Brasil nos 10 primeiros anos de sua publicação.

12/06/2011

O ESSENCIAL


Pesquisando pela interpretação de uma passagem bíblica encontrei o seguinte parágrafo na revista Serviço ROSACRUZ de fevereiro de 1978: " Os comentadores profanos se queixam que os evangelhos não oferecem datas para que os fatos sejam situados cronologicamente na História. Não percebem que os evangelhos não se endereçam à personalidade transitória (à parte humana), mas à sua individualidade eterna (à parte divina), transitoriamente encarcerada num corpo, nesta escola terrena de experiências, (Meu reino não é deste mundo)".
Este trecho me fez lembrar um artigo, que apreciei muito, da revista Rays from the Rose Cross, onde o autor através da linguagem da arte e de algumas pinturas de Cristo Jesus nos leva a buscar o essencial para o nosso presente estágio evolutivo.  
Resolvi traduzir e compartilhar o artigo Como era a aparência de Jesus? , e com ele inicio a minha página de Arte e Filosofia Rosacruz. Espero que gostem.
Nas páginas Bíblia e Poesias continuo postando artigos de irmãos e amigos que participaram nas revistas Serviço ROSACRUZ e no informativo ECOS, da Fraternidade Rosacruz em São Paulo.


 

04/06/2011

O MITO DE ANTEU


Conta-nos a mitologia grega que ao cruzar a Líbia para ir à Trácia lutar com os cavalos de Diomedes, foi Hércules desafiado por Anteu, filho de Netuno e de Géia (a Terra). Anteu era invencível, pois tinha fabulosa força, que recebia continuamente pelos pés, transmitida por sua mãe Géia, a Terra. Jamais se cansava. E com esse poder desafiava os estrangeiros e matava-os, aproveitando-lhes os ossos para, aos poucos, ir construindo um macabro templo em honra a seu pai Netuno. Hércules aceitou o desafio e iniciaram a luta, corpo a corpo. Anteu não se fatigava nunca e Hércules já se sentia cansado quando o oráculo lhe segredou: Desprende Anteu da Terra. Hércules se lembrou do segredo da força do adversário e ergueu-o, mantendo-o no ar. Anteu foi perdendo as forças e por fim pereceu Hércules destroçou o castelo de ossos e libertou o povo de seu tirânico e poderoso rei.

Como já dissemos nesta revista,(vide nota final), Hércules simboliza o super-homem, que enfrenta os doze famosos trabalhos, QUE VENCE TODAS AS LIMITAÇÕES DA MATÉRIA, que sublima todas as forças dos doze departamentos de seu horóscopo, que extrai o produto anímico das diversas iniciações. Anteu era filho de Poseidônis ou Netuno, rei dos mares, e de Géia, a Terra. Era, pois, produto da água e da terra, que se combinam. Tais são os elementos inferiores, correspondentes aos dois éteres materiais, o químico e o vital, que governam o metabolismo e o sexo, sendo indispensáveis à manutenção e multiplicação dos corpos. Seu nome sugere o que está em contraposição ao espírito: AN (prefixo negativo) e TEO (Deus) que nega a Deus. Hércules, ao contrário, era filho de Zeus, deus do fogo e do ar.

A simbologia dessa luta vencida por Hérculles é a da sublimação dos valores humanos em divinos, da transformação dos metais inferiores em ouro. Entre os Essênios havia a ideia central da luta dos filhos das trevas contra os filhos da luz, que se transmitiu depois aos Evangelhos e às cartas do Novo Testamento. A mesma ideia constituí a lenda dos Maniqueus. Os Rosacruzes falam da formação do Corpo Alma, pelos dois éteres superiores, o luminoso (fogo), dos sentidos e o refletor (ar), da memória e atividades racionadoras.

Assim, através dos tempos, a mesma ideia foi ensinada de forma velada, pregando a iniciação, a libertação do espírito das peias da matéria. Só no Oriente se ensina a matar o desejo, a esquecer a matéria e apegar-se ao lado oposto...que significa evitar a luta, fugir do mundo. É uma ideia contrária a toda tradição oculta e cristã do Ocidente. Paulo, no capítulo 15 da carta aos Coríntios fala claramente da transformação do inferior em superior, dizendo que "primeiramente é necessário morrer a semente para depois produzir". Toda a eficácia do desenvolvimento ocultista se baseia neste princípio: "O desenvolvimento interno começa pelo corpo vital". As funções dos dois éteres inferiores precisam de ser disciplinadas e controladas, em benefício dos dois superiores. Ninguém vence o inimigo em seu próprio elemento. Ninguém disciplina o sexo satisfazendo às largas seus impulsos eróticos ou continuando a alimentar-se de enchidos, molhos e outros pratos e excitantes diversos que contribuem para o sensualismo.

Anteu era alimentado pelos pés, pelo lado inferior e negativo. Assim, se o homem pensa no que é inferior, sente o que é indesejável ao seu espírito e age de modo inconveniente, está fazendo o papel de Géia, alimentando sua natureza inferior, Anteu. Mas se ele se ergue e busca ouvir a voz superior, então sublimará sua natureza inferior, que se enfraquecerá até ser vencida. Mas não é uma luta fácil. Precisa de ser orientada e nesse mister o Aspirante realmente sincero encontrará um honesto auxílio da Fraternidade Rosacruz. Ela nada faz por dinheiro nem limita a liberdade do Aspirante. Apenas deseja libertar cada um de seu próprio Anteu, eliminando as cristalizações de todas suas derrotas passadas, a fim de que se torne também um protetor e amigos do que ainda se acham escravizados pelo MAU SENHOR.

                                                        Revista Serviço ROSACRUZ, agosto, 1963 por Igneus