27/11/2013

Ação de Graças


Desde que foi criado – em 26 de novembro de 1789, pelo presidente Washington- o Dia Nacional de Ação de Graças sofreu várias modificações. A ideia original é de que fosse um dia de oração, observado por todas as religiões e dedicado somente a agradecer a Deus.

À medida que os anos foram passando, esse dia era celebrado sem continuidade, até que em 1863 se tornou um feriado nacional e anual (*), celebrado regularmente na última quinta feira de novembro. A tradição é de se ter uma abundância de comida à mesa, com a família reunida. Por esta razão o símbolo antigo da colheita, a cornucópia da fartura é ainda o enfeite favorito da mesa.

As comemorações mudaram drasticamente através dos séculos. Antigamente as famílias podiam reunir-se com facilidade, uma vez que gerações após gerações permaneciam no mesmo local.

A comida e a atmosfera de fraternidade podem parecer as características mais importantes, mas os serviços religiosos são celebrados visando mostrar-nos o verdadeiro sentimento de gratidão que devemos cultivar pelas bênçãos recebidas.

Gratidão é um atributo de sabedoria e uma base importante de evolução. Um homem sábio valoriza as assim chamadas “pequenas coisas” da vida; na verdade ser grato pelas pequenas oportunidades é engrandecê-las.

Note que o Dia de Ação de Graças, como nos lembra Elman Bacher em seu Estudos de Astrologia, vol.II, “é comemorado quando o Sol está em Sagitário, signo regido por Júpiter” – o planeta da abundância e da generosidade. Melhor observando ainda: esse dia ocorre sempre na primeira quinta feira sob o signo de Sagitário (quinta feira: dia da semana regido por Júpiter).

Pai e Criador de todos nós, damos-Vos graça pela satisfação de nossas almas em poder participar dos Ensinamentos Rosacruzes e do privilégio que isto significa. (trecho da Oração de Ação de Graças).
Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz
Adaptado do ECOS da Fraternidade Rosacruz – Sede Central do Brasil, nov,dez- anos 1999 e 2000
(*) para os EEUU
NOTA: Leitura da Oração de Ação de Graças e oficiação do ritual Serviço do Templo na Fraternidade Rosacruz - Sede Central do Brasil - dia 28 próximo, quinta feira, às 13 horas - reunião pública

09/11/2013

Devoção (II) Sacrifício e Consagração

traduzido da Rays from the Rose Cross, julho 1976 (original po Thomas O'Hare)
Continuação de Devoção - Fé  e Amor (veja aqui)
 
3- AUTO SACRIFÌCIO
À medida que nosso espírito de devoção cresce, sentimos que estamos mais capazes e mais desejosos de praticar o auto-sacrifício. Devemos ser um sacrifício vivo no altar da humanidade. Nós, que aspiramos a Iniciação, temos de ter em vista e compreender que só nos aproximaremos da porta do Templo quando tivermos desenvolvido a força do amor e caminhado pela estrada do auto-sacrifício.

Uma pessoa devotada a outra ou a um ideal está pronta para sacrificar-se pelo bem do próximo. Há, definitivamente, uma necessidade no homem de aprender a sacrificar-se. A vida de Cristo sugere, com ênfase, este caminho. É importante enfatizar aqui o ideal que nós, estudantes da Fraternidade Rosacruz, aspiramos e ao qual nos dedicamos: é Cristo — tanto na pessoa figura ímpar, quanto como O Indicador do Caminho para a Iniciação.

Praticamos o auto-sacrifício para que Cristo possa nascer dentro de nós, para que possamos dizer como Paulo: "Fui sacrificado com Cristo e não sou eu que vivo, Cristo vive em mim, a vida que vivo agora na carne, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me ama e se entregou por mim" (Gal. 2:20).
 
Devemos estar sempre cientes para quem estamos servindo, dedicando nossos esforços e nossas vidas. Estamos servindo o espírito de cobiça ou a Cristo? E quando tivermos uma resposta, analisemos novamente e em consciência, pois é muito fácil enganarmo-nos. Os testes são sutis. Quando percebemos nossa vulnerabilidade podemos apreciar mais profundamente a posição de Jesus Cristo. "Portanto, Deus o exaltou soberanamente e Lhe deu um nome que está acima de todo o nome, para que ao nome de Cristo Jesus se dobre todo o joelho e toda a língua e confesse que Cristo Jesus é o Senhor, para glória de Deus Pai". Quando pudermos nos dedicar ao Seu serviço com todo sentimento e com verdadeiro cuidado é que estaremos começando a alcançar a verdadeira devoção. Devemos sacrificar-nos para encontrar Sua Luz e Seu Caminho e então, conseguiremos dizer. "Senhor, fazei com que a Vossa vontade seja feita na minha vida e que eu possa servir-Vos melhor cada dia".

4 — CONSAGRAÇÃO
A lição da consagração decorre naturalmente das lições do amor, da fé e do auto-sacrifício. Ao aceitarmos o sacrifício pedido para alcançar uma vida cristã, já consagramos nossas vidas. Queiramos ou não, já consagramos nossas vidas, oficialmente, do mesmo modo que aqueles que se tornaram Probacionistas(*), não podendo permitir-nos cair em hábitos antigos. Aspiramos o máximo, daí termos que exigir de nós mesmos o máximo de modo que possamos estar em harmonia conosco, de uma forma correta. Precisamos estar constantemente atentos aos ideais que aspiramos durante o Caminho da Preparação, ao mesmo tempo que devemos consagrar nossas vidas sempre e sempre a estes ideais — como Max Heindel os define: "A serviço da Humanidade".

Consagração implica em certa quantidade de Santidade e é o significado da palavra Santidade que precisamos entender.

Num determinado momento reconhecemos que nossas vidas são dons sagrados e que temos uma responsabilidade definitiva com esta Santidade e com ela devemos entrar em harmonia, compreendê-la e vivê-la. Devemos dizer-nos: "Foi-me dado um presente sagrado: a vida. Ao aceitar este dom eu suporto a responsabilidade de viver minha vida com Santidade". Olhemos para dentro de nós mesmos e perguntemos: "Estamos preparados para consagrar nossas vidas?" "Desejamos seguir Cristo para onde Ele nos enviar?"

A verdadeira devoção é como uma árvore que precisa dar frutos. A medida que as pessoas começam a crescer no espírito de devoção, praticando as lições de devoção, certos eventos começam a acontecer em suas vidas.

Um dos primeiros frutos da devoção é a prece. Max Heindel no diz que a prece correta é dos métodos conhecidos, o mais poderoso para o crescimento da alma. A razão disto é que a prece é um meio de espiritualizar o corpo vital. O corpo vital é formado por quatro éteres e os dois éteres superiores podem servir como veículos nos mundos mais elevados. Através da prece, os dois éteres superiores são desprendidos do corpo vital. É aí, então, que nos tornamos Auxiliares Invisíveis. Este fato nos torna mais capazes de servir em outras esferas que não seja só a esfera física.

Quem estiver fazendo um esforço para pôr em prática as lições de devoção, sentirá que a prece fervorosa que emitir terá nela todos os elementos da própria devoção. Ela revelará amor, fé, auto-sacrifício e consagração. Contendo elementos dessas quatro qualidades, ela será uma prece poderosa que trará uma resposta do Pai.

O crescimento do espírito de devoção, especialmente para aqueles que precisam esforçar-se e trabalhar para seu desenvolvimento, contribui para o fortalecimento do princípio da vontade em nossa personalidade. Tentando, conscientemente, desenvolver as sementes da devoção que são o amor, fé, auto-sacrifício e consagração, estamos trabalhando sobre os nossos desejos, como aspirantes ao Caminho da Realização e nossa força de vontade é muito importante. É através dela que conseguimos disciplinar-nos e produzir os frutos de nossas vidas.

A verdadeira devoção requer uma vontade muito forte. Não é uma tarefa fácil praticar, corretamente, as lições de amor, fé, auto-sacrifício e consagração. Daí dizer-se que um dos frutos da devoção é o desejo — o princípio positivo e masculino de Divindade.

A verdadeira devoção, assim como o amor que a precede, requer ação. Ela não permite àquele que a possui ficar recostado, deixando passar as horas. Ao contrário, ela precisa fluir tanto em ações quanto na verdade. A prática combinada das lições da devoção nos leva, inexoravelmente, ao caminho da ajuda — ajuda em amar — em esquecer-se a si próprio em prol dos outros.

Este é o ideal que aspiramos no nosso caminho até Deus. A ajuda é necessária para os verdadeiros devotos e a devoção é, do mesmo modo, necessária para que se obtenha uma verdadeira ajuda. Não podemos servir (ajudar) verdadeiramente, a não ser que tenhamos a capacidade de amar, de ter fé e que estejamos desejosos de sacrificar-nos por nossos irmãos e irmãs — em outras palavras, a não ser que sejamos verdadeiramente devotos.

Cada pessoa deverá reunir as partes que formam a devoção de sua própria maneira. Somente nós, como indivíduos, podemos praticar as lições de amor, fé, auto-sacrifício e consagração e só nós podemos julgar se estamos, realmente, esforçando-nos para atingir as metas que nos propusemos seguir.

Devemos fazer de nossos corpos instrumentos de ajuda, purificando-os e harmonizando-os de maneira que se tornem e sejam Templos dignos de Cristo.

O tempo de renovação aproxima-se. É o tempo de plantar novamente sementes de devoção e de cuidar, seriamente, dos botões que estão crescendo. Nós, aspirantes, arcamos com uma grande responsabilidade para com aqueles que estão sobrecarregados e sofrendo. Nós, que abraçamos os Ensinamentos da Fraternidade Rosacruz procurando respostas e agora que as temos, devemos ir adiante e ajudar aqueles menos afortunados. Precisamos falar de nossos corações para os corações de todos aqueles com quem tomos contato, e isto requer todas as lições de devoção. Oremos para que possamos aprendê-las bem.
publicado na revista Serviço Rosacruz, agosto de 1984