15/01/2014

A Cura Moral

         
por Gilberto Silos
Continua a causar perplexidade em todo o mundo, o fato de várias enfermidades ainda resistirem aos mais sofisticados recursos da medicina, utilizados para eliminá-las.

Nas peças orçamentárias de muitas nações, vultuosas importâncias são canalizadas para a saúde pública. A movimentação de tais recursos traduz-se na construção de bem aparelhados hospitais; na criação, manutenção e ampliação de centros de pesquisas; na formação de profissionais categorizados, etc. No âmbito da iniciativa privada encontramos laboratórios investindo constantemente na elaboração de novos medicamentos para com­bater diversos estados patológicos. Outras empresas valem-se de tecnologia altamente sofisticada na fabricação de instrumentos cirúrgicos, visando a atender as mais prementes necessidades da ciência médica. Mobiliza-se, portanto, toda a capacidade do cérebro humano para deter a ação desse flagelo chamado enfermidade. É um desafio sem fronteiras.

O estudante esoterista, dentro do seu campo particular de pesquisa científico-espiritual, deve procurar conhecer a gênese das enfermidades. Max Heindel, em sua obra "PRINCÍPIOS OCULTOS DE SAÚDE E CURA", oferece-nos interessantes subsídios a respeito. Diz o fundador da Fraternidade Rosacruz que, embora condições ambientais, mudanças climáticas, acidentes ou fatores hereditários, etc. pareçam constituir as causas determinantes da enfermi dade, sua origem encontra-se em nós mesmos, em nossa conduta moral. Nossas doenças provêm de uma errônea maneira de viver, pensar e sentir. São o resultado de erros passados ou presentes. Decorrem de nosso descuido em não atender ao chamamento interno de nossa consciência, constantemente, procurando sobrepor-se à nossa natureza interior.

Como membros da Fraternidade, fazemos a apologia do método de cura Rosacruz, transmitido a Max Heindel pelos Irmãos Maiores. Tal sistema sanador promove a saúde do corpo pela combinação da panacéia espiritual, naturismo, dietética e outros meios afins. O paciente, naturalmente, deverá observar certas normas componentes do método. O primeiro passo é entrar em contato por carta ou e-mail com um centro autorizado da The Rosicrucian Fellowship e solicitar formulário e maiores informações para o ingresso no "Serviço e Auxílio de Cura" . Será orientado através de correspondência. Receberá uma pequena tabela onde estão discriminadas as datas de cura e um exemplar do Ritual do Serviço de Cura. Nos dias apropriados, quando a lua transita por um signo cardeal, deverá, às 18:30 horas (19:30 horas quando horário de verão), retirar-se a um lugar tranqüilo. Em seguida mentalizará a Rosa Branca e Pura no centro do Símbolo Rosacruz, no muro oeste do Templo de Cura da Sede Mundial, concentrando-se, com toda a intensidade de que seja capaz, no AMOR DIVINO CURADOR e se possível realizar a leitura do ritual acima referido. (Vide Nota).


Nesses dias, o paciente deverá datar e assinar, com tinta lavável (não se deve usar caneta esferográfica) um formulário específico para esse fim. Ao cabo de 6 (seis) semanas consecutivas deverá remetê-lo ao Departamento de Cura, acompanhado de uma carta relatando suas atuais condições de saúde.

O método de cura Rosacruz é notavelmente eficaz. São muitos os casos de curas consideradas como verdadeiramente milagrosas. Guarda-se, contudo, sigilo sobre os mesmos por questões de ética.

Toda enfermidade manifesta-se primeiramente no corpo vital, para expressar-se, posteriormente, no corpo denso. Os chamados "Auxiliares Invisíveis" da Fraternidade Rosacruz, devidamente instruídos nesse mister, manipulam o órgão afetado, em sua contraparte etérica, aplicando-lhe a panacéia. Restau­ram-lhe a harmonia, normalizando--Ihe as vibrações. Portanto, a cura, também, efetua-se primeiramente no corpo vital.

Há grande interesse dos estudantes em conhecimentos mais profundos sobre a panacéia. Os dicionários definem-na como um remédio universal para a cura de todos os males. é uma palavra de origem grega: PANAKEIAS. PANA (tudo ou pão) e AKESTAR (curar). Literalmente quer dizer "O pão que cura", ou seja, um remédio com a fórmula para tudo curar.

Max Heindel assistiu, no Templo da Rosacruz, à elaboração da panacéia. Diz ele: "A panacéia faz com que a substância concentrada da vida de Cristo flua através do corpo do paciente, dando a cada célula um ritmo que desperta do Ego preso em sua letargia, devolvendo-lhe o vigor e a saúde". Em outra passagem afirma: "É uma visão inolvidável. Ao penetrar no Templo, vi três esferas suspensas no teto, no meio do salão. Na esfera superior observei um pequeno recipiente com vários pacotes cheios de substâncias de Espírito Universal. Os Irmãos sentaram-se numa certa posição enquanto a música preparava o ambiente. Inesperadamente as três esferas começaram a brilhar com as três cores primárias: a supe­rior, azul; a intermediária, amarela e a inferior, vermelha. Durante esse encantamento cheio de beleza, re­parei que o recipiente dos pacotes se iluminou de uma essência espiritual. Vi como os Irmãos tomaram essa substância, aplicando-a nos pacientes adormecidos à medida que os visitavam à noite. Quanto ao efeito da panacéia, é maravilhoso. Quando aquela substância era aplicada, irradiava-se pelo corpo do pa­ciente como uma luz mágica, destruindo toda matéria cristalizada que cobria os centros espirituais do corpo enfermo. A cura era instantânea e o paciente despertava são na manhã seguinte".

O auxílio prestado pelo Departamento de Cura é efetivo e real. Cabe, entretanto, ao paciente colaborar, fazendo a sua parte. Cumpre--Ihe observar certos princípios, sem o que tudo resultará em malogro. Enfatizando a importância de tais princípios, recordemos algumas pas­sagens do Novo Testamento, que Cristo-Jesus realizou algumas curas:

Mateus - cap. 8, vers. 13: "E então disse Jesus ao centurião: Vai-te e seja feito conforme a tua fé. E, naquela mesma hora, o servo foi curado."

Mateus - cap. 9, vers. 2: "E eis que lhe trouxeram o paralítico deitado num leito. Vendo-lhe a fé, Jesus disse: Tem bom ânimo filho: estão perdoados os teus pecados. Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa."

Mateus - cap. 9, vers. 19 a 22: "E Jesus, levantando-se, o seguia e também os seus discípulos. E eis que uma mulher que durante doze anos vinha padecendo de uma hemorragia, veio por trás dele e lhe tocou na orla da veste. Porque dizia consigo mesma: Se eu apenas lhe tocar a veste, ficarei  curada. Jesus voltando-se e vendo-a disse: Tem bom ânimo filha, tua fé te  salvou.

João - cap. 5: "Então lhe disse Jesus:  Levanta-te,  toma  teu leito e anda. Mais tarde Jesus o encontrou no templo e lhe disse: Olha que já estás curado; não peques mais para que não te suceda coisa pior."

Vimos assim que eram três as condições necessárias para que a cura se realizasse, assumindo caráter permanente: (1) Não pecar mais; (2) Ter bom ânimo; (3) Ter fé.

Hoje, mais que nunca essas condições prevalecem. O paciente, segundo o método de cura Rosacruz, deve observar as seguintes normas de conduta, análogas àquelas acima mencionadas:

1) NÃO TRANSGREDIR AS LEIS NATURAIS - Compreende a adoção de uma dieta pura e adequada à sua constituição, hábitos saudáveis, higiene pessoal e caseira, uso legítimo da forca criadora, temperança, etc.

2)  NUTRIR PENSAMENTOS E SENTIMENTOS POSITIVOSSignifica manter o equilíbrio e a serenidade em quaisquer circunstâncias. Não albergar pensamentos sombrios, pessimistas ou derrotistas.  Não perder o controle das emoções. Não ceder aos impulsos da ira, da inveja, do medo, do desânimo. Nada temer. Se em Deus vivemos, nos movemos e temos o nosso ser, não há razão para temores. Em momentos de hesitação, conscientizar-se da Divina Presença. Amar sempre. A tudo e a todos. Amor é alegria. é luz. Mal algum resiste ao poder do amor.

3TER FÉ NO DIVINO PODER DE CURA - Viver na convicção de que receberá ajuda e a conseqüente cura.

Deduz-se, pelo exposto, que a cura depende de uma atitude interior, de uma postura moral. É preciso que o paciente envide esforços no sentido de regenerar-se, pois, caso contrário, obstaculizará as forças que pretendem auxiliá-lo. Por exemplo: Um indivíduo sofre de problemas hepáticos. Solicita ajuda ao Departamento de Cura, obtendo-a em seguida. Tão logo se sinta melhor, volta a beber seus uísques diários. Ninguém se surpreenda se re­pentinamente a enfermidade voltar a atormentá-lo. Ora, ele está transgredindo uma lei natural, frustrando o processo de cura. é como alguém que, desejando atravessar um rio profundo, sem dispor de meios, resolve construir uma jangada. Alcançando a outra margem, ao invés de abandonar a jangada que construiu, resolve arrastá-la consigo terra adentro. Sua caminhada será difícil e sofrida, pela presença de algo pesado, e agora sem utilidade. O álcool, num passado longínquo, já serviu ao propósito da evolução. Hoje, porém, só denigre e atrasa. Nota-se, então, como muitas pessoas teimam em carregar, às costas, pesadas jangadas.

Hipócrates, o "Pai da Medicina", viveu no quinto século A.C. Dedicou-se a arte de curar, fazendo-o com extrema amorosidade. Tratava o paciente como um todo: corpo, mente e espírito. Atribui-se-lhe uma frase célebre: "Não há doenças, há doentes". Os doentes da alma acabam por adoecer fisicamente. A dor serve para alertar. O sofrimento significa que algo está errado.

Como a humanidade reluta em compreender e viver essas verdades, as Divinas Hierarquias utilizam as alternâncias para alertá-la quanto às suas transgressões. Assim, "bem e mal", "bom e mau", "dor e prazer", "alegria e tristezas", servem de parâmetros para avaliação de conduta e estabelecimento de relação causa--efeito. Se sofremos é porque produzimos alguma desarmonia. Só a harmonia nos trará a plenitude.
publicado na revista Serviço Rosacruz, abril 1982
Nota: Parágrafo editado e atualizado devido à mudanças nos procedimentos 

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